CORRUPÇÃO, REFLEXO DA SOCIEDADE?
Diante dos últimos acontecimentos no Distrito Federal envolvendo a Câmara Legislativa e vários de seus integrantes, e diante dos comentários postados neste Blog na direção da inutilidade dos órgãos legislativos, bem como o fechamento dos mesmos, não poderia me furtar em posicionar-me diante de tais entendimentos. É esperado que crises como a que vivenciamos despertem revolta e sentimentos extremos na maioria da população, e logo o fechamento do Congresso Nacional e a extinção da Câmara Legislativa do Distrito Federal aparecem como solução. Porém cabe salientar que tais medidas não são e nunca foram a melhor alternativa para solucionar tais problemas. Vejamos o seguinte, todas as vezes que o Poder Legislativo em nosso País fora fechado, o que se seguiu sempre foram governos de exceção, ou seja, ditaduras que tolheram os direitos civis e escamotearam a realidade.
Penso que o cerne da questão não reside nas instituições, pois as mesmas são o reflexo da sociedade. As pessoas em sua grande maioria sempre tendem a imputar toda a responsabilidade pelas mazelas ocorridas na política somente nos políticos, principalmente nos parlamentares, porém se esquecem que também têm responsabilidade, uma vez que o político é eleito diretamente por essas mesmas pessoas. A corrupção se inicia quando o eleitor exige do candidato algum favor ou benefício pessoal em troca de votos. Esse favor por menor que seja, dá direito a quem foi eleito a se utilizar desse mesmo artifício. O deputado barganha seu voto em troca de interesses pessoais ou em favor de grupos políticos que existem para defender e manter somente seus próprios interesses e não os da coletividade. Assim se perpetua o circulo vicioso da história de corrupção.
A capacidade de interferir mais efetivamente nesses quadros endêmicos de crimes contra a sociedade e de prejuízos ao patrimônio público vem de cada um de nós, eleitores e eleitoras que podemos e devemos mudar a rota dessa história perversa, exigindo de quem se apresenta para cargos eletivos, apenas os predicados inerentes ao cargo que todos os cidadãos de bem devem ter: honestidade, ética, compromisso com a sociedade e zelo pelo patrimônio público.